Grupo Laço Azul fala sobre trabalho com autistas em reunião na Câmara Municipal

12/04/2018 14:13

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O trabalho desenvolvido pela Ong Grupo Laço Azul foi apresentado no Plenário da Câmara Municipal durante a reunião desta quinta-feira (12). As irmãs Luiza Coelho e Karla Coelho foram convidadas pelo vereador Franco Cartafina (PHS).

O parlamentar lembrou que o autismo (uma condição permanente) ainda é um tema desconhecido da maioria da população, sendo que estudos recentes mostram um aumento de pessoas com o problema na sociedade. O autismo é um distúrbio neurológico caracterizado por comprometimento da interação social, comunicação verbal e não-verbal e comportamento restrito e repetitivo.

Segundo Franco, muitas mães carentes, que se depararam com situações absurdas dentro das áreas da saúde e da educação, já receberam do Grupo um apoio que deveriam receber do poder público. “Mas isto não acontece”, afirmou ele.

Karla Coelho explicou que 2 de abril é o Dia Mundial da conscientização do autismo, que se tornou uma comemoração municipal também por iniciativa do vereador Franco, o qual colocou a data no calendário da cidade. De acordo com ela, não existe um censo no Brasil sobre a quantidade de pessoas com autismo, mas uma estatística de 2012 realizada nos Estados Unidos mostrou que na época havia um caso para cada 68 habitantes, número que poderá aumentar significativamente até 2025.

A representante da Ong contou que elas têm um irmão autista e que procuram sempre estudar para melhorar sua qualidade de vida. Foi a partir daí que as irmãs fundaram o Grupo, com o apoio de outras mães. 

Segundo Luiza Coelho, todas as crianças portadora de autismo têm muitas dificuldades na escola e também durante os atendimentos nos hospitais.  “As pessoas ignoram as características do autismo, dizendo que são mães de filhos mal educados, mas é preciso diminuir o preconceito”, afirmou.

Luiza ainda comentou que a primeira pergunta dos professores é sempre sobre quando a criança vai parar de ter crises e ter um comportamento típico, normal. “Não existe milagre, apenas uma batalha, os autistas precisam de ajuda, pois não está havendo inclusão escolar”, acrescentou. 

Outro problema apontado por Luíza é a inexistência de uma escola para atender autistas adultos. Ela explicou que geralmente as aulas para adultos acontecem durante a noite, mas os portadores não têm como estudar neste horário, inclusive porque tomam medicamentos controlados. Luiza defendeu a necessidade de cadastrar os autistas da cidade, para conseguirem ter um mapeamento de onde eles estão e como vivem.

A Ong vive com a ajuda de doações, inclusive com a realização de um bazar de roupas e outras peças, para conseguirem recursos. A representante destacou que uma das lutas é conscientizar a população de que os problemas comportamentais não começam apenas no cérebro, mas também em outras fontes, como a alimentação, por exemplo.

“Tem famílias que passam por necessidades básicas, como alimentação, e até mesmo esperando em uma fila há três anos por uma consulta com neurologista, o que não pode acontecer”, relatou Luiza. “As escolas precisam entender que as crianças precisam de uma alimentação especial. Os direitos não acontecem, não saem do papel, se não houver luta”, finalizou. 

Para o vereador Alan Carlos da Silva (PEN), por mais que o Município realize ações constitucionais, nem sempre consegue atingir e atender quem precisa. “As instituições não estão preparadas para atender a demanda”, avaliou o vereador.

O vereador Edcarlo dos Santos Carneiro “Kaká Carneiro” (PR) lembrou que todos os portadores de alguma deficiência são beneficiados com as ações da Ong, e não apenas os autistas.

Responsável pela presença das irmãs na sessão, Franco Cartafina destacou que elas se qualificam e correm atrás, para descobrirem tudo sobre o autismo. Ele cumprimentou as irmãs pela dedicação e defendeu que a Câmara vote um Projeto de Lei, aprovando o atendimento preferencial para autistas no Município.

O 4º Piquenique Pela Conscientização do Autismo acontece no próximo domingo, na praça do 4º Batalhão, bairro Fabrício, no período das 10 às 13 horas.

 

 

Jorn. Hedi Lamar Marques
Departamento de Comunicação CMU
12/04/2018

 

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