Projeto de criação de Estrada Real no Triângulo é apresentada no Legislativo

24/03/2017 08:16

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Uma proposta de viabilização de uma Estrada Real na região do Triângulo Mineiro foi apresentada na Câmara Municipal pelo escritor, advogado e historiador Guido Bilharinho, e pelo educador ambientar, ambientalista e gestor ambiental Celso Provezano.

Os dois foram convidados pela vereadora Denise Max “Denise da Supra” (PR), tendo como foco o Programa Estrada Real e o turismo municipal. Guido Bilharinho falou sobre a importância da via Anhaguera, que foi fundamental para surgimento de várias cidades, assim como para o povoamento do Brasil e a ampliação das fronteiras econômicas.

Ele explicou que a estrada foi criada em uma época em que o País era coberto por florestas e ocupado por indígenas, que eram bastante agressivos, ou mesmo defensivos, pela presença cada vez maior do homem branco. “Desde o primeiro século do nosso descobrimento os bandeirantes já passavam por esta região”, contou o historiador.

Segundo Bilharinho, Bartolomeu Bueno Anhanguera, pernoitou em Uberaba, conforme registros históricos, por volta de 1682, sendo que 40 anos depois, o filho dele, com o mesmo nome, realizou a mesma viagem, reforçando a criação da via Anhanguera, que tinha como destino as minas de ouro de Goiás.

“A partir daí a região ganhou importância, devido ao tráfego de tropas entre São Paulo e Goiás. A Via Anhaguera foi elevada a Estrada Real pelo Rei em 1730, quando todo o tráfego tinha que ser feita por ela. Foi a primeira e grande estrada que trouxe a civilização para Uberaba”, acrescentou Bilharinho.

O historiador contou, ainda, que depois os visitantes tiveram grandes problemas com os índios caiapós, que se revoltaram. Com isso, ao lado da via foram fundadas 17 aldeias indígenas, entre os rios Grandes e Paranaíba. Eram construções militares, defensivas e de exploração agrícola, destinadas aos “índios mansos”, que integravam as tropas de Pires de Campos. “Portanto tinham índios combatendo outros índios”, esclareceu o escritor.

Outro ponto mencionado por Bilharinho, foi a chegada de Major Eustáquio ao local onde futuramente seria Uberaba, em 1810. Ele retornou dois anos depois e fundou a cidade, que ficava em local estratégico, sendo que a fartura de água e de florestas foi fundamental para o surgimento da cidade.

A proposta do projeto foi apresentada por Celso Provezano, que fez uma apresentação da história e a importância que os caminhos da chamada Estrada Real teve para o País, especialmente para a região de Uberaba e o surgimento de várias cidades.

Segundo o ambientalista, a criação de caminhos oficiais era uma prática comum por parte do reúno de Portugal, que desde o século XV já tinha legislação definindo as vias públicas como direito real.  

Provezano explicou que a proposta do projeto tem um percurso de 200 km de extensão, o qual seria o segundo roteiro turístico com a logomarca Estrada Real. O primeiro vai de Parati (RJ) a Diamantina (MG), que tem 1.600 km de extensão, um trajeto que era utilizado pela coroa portuguesa, para explorar as reservas de ouro e diamantes em Minas.   

Para Provezano o potencial turístico é real. Ele lembrou que no projeto Parati-Diamantina foram investidos aproximadamente R$ 6 milhões no ano 2000, destinados ao programa de desenvolvimento das micro-regiões ao longo da Estrada.

De acordo com o ambientalista, os recursos foram obtidos por meio de uma parceria entre a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bird). Já o futuro circuito de Uberaba a Cascalho Rico será composto por quatro municípios importantes: Uberaba, Uberlândia, Indianópolis e Cascalho Rico.

A intenção, conforme disse Provezano, é deque o roteiro turístico atenda aproximadamente 700 produtores rurais em todo o trajeto, os quais poderão investir em pousadas, restaurantes e comercialização de produtos, diversificando a renda.

“O principal desafio é transformar a Estrada Real Anhanguera em roteiro turístico”, afirmou o ambientalista. Ele avaliou que a utilização da logomarca vai dar uma maior visualização para o Município, mas para que isto aconteça, é preciso resolver um problema.

Provezano contou que a cidade precisa atender a um total de dez requisitos para se enquadrar no Programa Estrada Real, que são disponibilizados pelo Instituto Estrada Real. Uberaba não atende um dos requisitos, que é de estar localizado na divisa de um ou mais municípios na área de abrangência da Estrada Real. A questão é que a cidade integrante da Estrada Real mais próximo é São João Del Rey. “Infelizmente não será possível apresentar este documento ao Instituto, que não quer fragmentar as estradas reais”, avaliou o ambientalista.

O Brasil conta com três Estradas Reais reconhecidas, Parati-Diamantina, Picada de Goiás (que tem mais de mil quilômetros) e Anhanguera, todas reconhecidas pela coroa portuguesa. De acordo com Provezano, a intenção é de reconhecer primeiro a Picada de Goiás, para depois fazer o mesmo com a Anhanguera.

“Como o governador disse que o Estado está quebrado, é preciso buscar o investimento do setor privado, promovendo emprego e renda para a população do interior”, disse Provezano. Ele lembrou que a verba para viabilizar o projeto já existe, de aproximadamente R$ 1 milhão, e que a Fiemg de Uberaba e de Uberlândia são parceiras.

Outro benefício apontado é que também será possível resgatar todas as estações ferroviárias existentes no trecho, criando um roteiro turístico ferroviário, em um total de 100 km. O ambientalista esclareceu que o andamento da proposta do projeto está parado em Belo Horizonte, nas mãos dos deputados Adelmo Carneiro e Antônio dos Reis Gonçalves “Lerin”.

Provezano pediu a união de todos, vereadores e deputados, independente de partidos, para viabilizar o projeto, para que os pontos negativos sejam superados.

A vereadora Denise parabenizou os convidados pela proposta, e comentou que muitas pessoas e famílias poderiam ser beneficiadas com o projeto. “Seriam beneficiados municípios que estão carentes de turismo”, afirmou Denise, para quem a proposta merece ser defendida por todos.  

 

 

Jorn. Hedi Lamar Marques

Departamento de Comunicação CMU

23/03/2017

 

 

 

 

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