A vereadora Denise Max (PR) usou a própria experiência como vítima da violência doméstica para solicitar ao prefeito Paulo Piau a criação da Casa Abrigo de Uberaba. Ela parabenizou o Executivo pela inauguração do Centro de Integração da Mulher (CIM) no dia 06 deste mês, mas ressaltou que isto não é suficiente.
Denise lembrou que ao denunciar o marido agressor, muitas mulheres não têm para onde ir, sendo que muitas vezes ainda precisam levar os filhos menores. Para ela, a única saída seria a criação de um abrigo temporário, pois se retornam para casa, as vítimas continuam sendo agredidas e maltratadas. "É urgente a criação de um local, de forma adequada e sigilosa, garantindo a integridade física e psicológica destas vítimas, bem como filhos de até 18 anos", acrescentou a vereadora.
Denise contou que já foi vítima de violência doméstica e não tem vergonha de falar sobre o assunto. Ela disse que já permaneceu refém vários dias, sob a mira de uma arma, e só conseguiu se livrar com vida porque teve paciência de esperar a influência da droga do agressor passar.
Outro problema mencionado pela vereadora, é que o CIM não funciona após as 18 horas e nem aos finais de semana. Ela quer que o atendimento seja estendido. "É preciso que o CIM atenda com qualidade, pois a mulher vítima de violência precisa de apoio 24 horas", afirmou.
Ainda de acordo com Denise, não adianta ligar no 190, para a Polícia Militar, que não atende ou não aparece. Ela também defendeu que a Prefeitura busque parcerias para desenvolver o projeto, além de criticar o gasto de dinheiro público com situações de menor importância. A vereadora citou como exemplo os R$ 250 mil que serão destinados ao carnaval. "Este dinheiro poderia estar sendo mais bem utilizado. Não sou contra o carnaval, mas poderia ter deixado para o próximo ano", avaliou.
O vereador Paulo César Soares China (SDD) concordou e pediu para assinar o Requerimento. Ainda de acordo com Denise, o erário tem que ser mais aproveitadonas prioridades e não pensando em agradar todo mundo. "As prioridades primeiro, depois a diversão", finalizou.
A proposta - De acordo com o Requerimento enviado ao Executivo,através de um trabalho interdisciplinar, a Casa Abrigo deverá oferecer atendimento social, psicológico e de enfermagem, e ainda encaminhar as mulheres, bem como seus filhos (as), aos demais serviços existentes na cidade como creches, escolas, serviços de saúde, programas de qualificação profissional e outros. Dentre as ações programáticas, buscará,prioritariamente, promover a segurança das mulheres, o fortalecimento de sua auto-estima e autonomia, bem como a construção de um novo projeto de vida,livre da violência e da opressão de gênero.
Além disso, a manutenção da Casa Abrigo buscará atender o cumprimento da Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), quanto às medidas protetivas.