Um projeto de doação de área pública para a Associação Mineira de Equoterapia (AME) provocou polêmica no Plenário da Câmara Municipal, nesta quarta-feira (23). O problema apontado pelos vereadores é que a instituição está sendo pressionada a deixar o local, onde funciona há 20 anos, em área da Univerdecidade.
A questão foi levantada pelo vereador Almir Silva (PL), que acabou sendo acompanhado pelos demais parlamentares. A preocupação é que a instituição não tem condições financeiras para construir uma sede própria, sendo que o prazo determinado pela Lei é de no máximo dois anos, após a cessão. Após este período, a área retorna para o Município.
A proposta do Município é ceder um terreno com 22.895,44 m2, situado nas Chácaras Mariita, o que levantou também a preocupação com a distância, o que dificultaria o transporte, uma vez que a instituição atende crianças e adultos, portadores de necessidades especiais. Atualmente 65 pessoas, com dificuldades mentais e motoras, são beneficiadas pelo trabalho desenvolvido pela AME.
A presidente da associação, Elaine Alves Mariano, explicou que a entidade foi comunicada que não pode mais permanecer na Univerdecidade. Segundo ela, para complicar ainda mais, este ano a AME não pode pleitear nenhuma verba municipal ou parlamentar, pois atualmente não conta com nenhum alvará, seja sanitário, dos bombeiros ou de licença. O motivo é que a cessão de área está vencida e sem o documento não é possível obter os alvarás. “Este ano estamos sobrevivendo sozinhos, com as próprias pernas”, afirmou a presidente. Ela explicou que a AME tem realizado vários eventos para obter recursos, como a venda de pizzas, por exemplo. Elaine aproveitou, inclusive, para agradecer ao apoio do vereador Cleomar Barbeirinho (PHS), seja com as tentativas de resolver a questão da mudança de área, ou mesmo através de uma emenda que ele destinou no ano passado e que ajudou a instituição a quitar uma dívida de quase R$ 80 mil.
De acordo com Elaine, o Instituto de Engenharia e Arquitetura desenvolveu um projeto para a nova sede, mas a execução é inviável. “O arquiteto responsável não pesquisou apenas as ecoterapias do Brasil, mas do exterior também. O projeto é um sonho, mas é irreal para a AME. Se pararmos de trabalhar os eventos, não teremos dinheiro no caixa para sobrevivermos nem poucos meses”, desabafou a representante da associação.
Segundo Elaine, todos os integrantes da diretoria são voluntários. “Se fosse pra gente ganhar esta área com a segurança de ter a ajuda necessária para a construção da nova sede, não teríamos nenhuma objeção para sair de lá. Só vamos sair se for para um lugar com a estrutura necessária”, explicou. Porém, conforme disse a presidente, pela vontade dos envolvidos no trabalho, a AME não sairia do local onde funciona atualmente.
Ainda de acordo com a presidente da associação, eles foram pressionados a ceder parte da área para a instalação de um estacionamento, que a princípio seria para a Mosaic, a qual acabou mudando de lugar. “Além disso, a Prefeitura derrubou parte da cerca, que continua aberta e tem provocado transtornos, pois impossibilita inclusive a soltura dos cavalos para pastarem no local.”
A promessa feita no início deste ano, pelos responsáveis pelo Parque Tecnológico, segundo Elaine, é de que receberiam a cessão do terreno na própria Univerdecidade, em troca da área cedida para o estacionamento, o que não aconteceu.
O vereador Samuel Pereira (PL) pediu vistas ao projeto, que foi aprovado pelos demais parlamentares. O vereador Almir Silva pediu ao líder do prefeito, Rubério dos Santos (MDB), que providencie uma reunião com o prefeito Paulo Piau e com os responsáveis pelo Parque Tecnológico. O pedido foi reforçado pelo presidente do Legislativo, Ismar “Marão” (PSD), para que a reunião aconteça o mais rápido possível.
Jorn. Hedi Lamar Marques
Departamento de Comunicação CMU
23/10/2019