Conselheiros pedem apoio da Câmara para cumprimento de Lei
Eles também explicaram que alguns setores tem verba carimbada, mas que não são aplicadas
O conselheiro Distrital e de Saúde, Silvano Bibiano do Vale, utilizou a Tribuna Livre, durante a Reunião Ordinária de ontem (4), para solicitar apoio dos vereadores para cumprimento da Lei 1.020 que determina a presença de seis médicos na UPA Tipo 3 (Mirante) que tem potencial para atender cidade de 300 mil habitantes. Segundo ele, no local, geralmente, ficam de dois a três médicos, sendo que houve casos em que apenas um médico se encontrava no local.
"Quando fazemos as críticas é em busca de um SUS melhor para todos e devido à falta de políticas públicas para o setor, devido ao descumprimento de Leis e Portaria, essa melhora não acontece. É preciso que o Judiciário e o Legislativo tenham voz ativa e nos auxilie no sentido de pedir o cumprimento das legislações", disse Vale.
Ele afirmou ainda, que os membros do Conselho estão preocupados com a inauguração do Hospital Regional para dezembro, haja vista o tempo mínimo para contratação de profissionais e, até mesmo, para implantação do modelo de gestão. Vale lembrou que um hospital não é feito apenas de cimento, tem que se pensar com seriedade nos profissionais que atuarão no local e para isso é preciso cuidado na contratação. Em relação a medicamentos, o conselheiro citou os problemas de atraso nas licitações para compra dos mesmos e a dificuldade por que passam os cidadãos que precisam e não recebem o medicamento.
O Conselho Estadual da Saúde, Jurandir Ferreira, também falou sobre o fechamento da UPA Abadia. Ele lembrou que o conselho fez a proposta de manter as duas UPAs (Abadia e Mirante), pelo menos durante um período de transição, no sentido de evitar os problemas que tem ocorrido. Para ele, não adianta reformar e transformar a UPA Abadia em Matricial, enquanto está fechando Unidades Básicas de Saúde, como a do Tutunas e Santa Marta. Ferreira ainda revelou que o Cereste e o CTA tem recursos, "por volta de R$ 1 milhão cada, que são verbas carimbadas, mas que a Secretaria de Saúde, não gere como deveria". Segundo Ferreira, o problema da saúde em Uberaba, não é apenas falta de recursos, mas sim de gestão. "Falta médico na UPA, conforme manda a Lei. Não utilizam o recurso que tem da maneira correta, fecham UBS, abrem matricial sem contratar para o atendimento. Ou seja, a gestão tem falhado e piorado os problemas. E ainda querem pagar apenas R$ 1.200 para o médico trabalhar das 18h às 6h. Ninguém vai se interessar mesmo", destacou.
O vereador João Gilberto Ripposati (PSDB) lembrou que a Casa tem feito suas cobranças e também destacou o trabalho dos parlamentares na Comissão Especial de Investigação da Saúde que levantou irregularidades e encaminhou o relatório para o Ministério Público que deve ser posicionar no momento adequado. "Mas não paramos, recentemente, denunciei que a UBS Boa Vista estava fazendo o descarte incorreto de lixo hospitalar. Fiz o boletim de ocorrência e levei para MP e vou continuar fazendo esta fiscalização", disse.
O vereador Almir Silva (PR) lembrou que, há dois anos, ele alertou para o fechamento da UPA Abadia. "Na época me chamaram de mentiroso, mas eu sabia que aconteceria e tentei alertar. Agora não temos três UPAs como acham alguns, temos duas. Na época pedi para fazer no Boa Vista, pois estava próxima da Abadia, e o bairro Boa Vista não conta com uma unidade deste tipo, sendo que lá tem mais de 40 mil habitantes. Mas não atenderam e agora o problema esta aí", avaliou.
Fazendo coro com o colega, o vereador Itamar Ribeiro de Rezende (DEM) afirmou que a população está indignada com o fechamento da UPA Abadia e que tem recebido várias denuncias de problemas de atendimento na UPA tipo 3, devido a falta de médicos. O mesmo comentou o vereador Jorge Ferreira (PMN), que taxou o fechamento da unidade do Abadia como absurdo.
