Os parlamentares receberam na manhã desta terça-feira (09), no plenário, o presidente do Instituto dos Cegos do Brasil Central (ICBC), Felício de Jesus Dias da Costa, para falar sobre a situação da entidade.
Felício, que é deficiente visual, iniciou a sessão contando que em agosto deste ano o instituto estará completando 77 anos de existência. “São décadas educando e aparando as pessoas com deficiência visual sem nunca ter fechado as portas ou mesmo ter cobrado algo dos assistidos”, disse.
O presidente destacou que foi alfabetizado no próprio instituto. “Oferecemos berçário e maternal para aquelas crianças que apresentam múltiplas deficiências e o ensino fundamental. Além de uma gama de outros serviços, como terapia, fisioterapia, terapia ocupacional, orientação e mobilidade, atividades da vida diária e esporte. São várias ações com impactos importantes em nosso desenvolvimento.”
Felício aproveitou a oportunidade para sensibilizar os vereadores com relação à votação do Plano Diretor, o qual será apresentado na Casa e trará, entre suas propostas, o prolongamento da rua Pires de Campos. “Caso seja aprovada, a extensão passará dentro de área da instituição. Nesse espaço, futuramente, pretendemos construir um centro de cirurgia de catara. Gostaria de pedir a ajuda de todos vocês para que essa mudança não se torne uma realidade”, solicitou, sendo em seguida tranquilizado pelo vereador Agnaldo Silva (PSD), que garantiu a ele que algumas propostas [semelhantes à da rua Pires de Campos], pertencentes ao Plano Diretor, dificilmente passarão pela aprovação do Legislativo.
Outro projeto pretendido pelo instituto, segundo Felício, é a geração de energia fotovoltaica no local. “Precisamos criar estratégias que mudem a realidade financeira do ICBC. Hoje, cerca de R$ 6 mil mensais são pagos de energia elétrica. Nós, do terceiro setor, sofremos muito com a crise, e, por isso, precisamos da atenção e de ações dos nossos governantes para que possamos continuar com nossas atividades”, ressaltou.
O vereador Alan Carlos da Silva (Patri) elogiou a entidade e destacou a necessidade de sensibilização das autoridades da cidade. “O pleito apresentado aqui não é da instituição, mas sim do município. O ICBC tem assumido serviços que são atribuições do poder público, como é o caso do projeto educacional voltado para deficientes.”
Almir Silva (PR) relatou a importância de implementar projeto federal de energia fotovoltaica e também de conceder isenção de impostos cobrados nas contas de energia elétrica a entidades que prestam serviços na área da saúde - ambos oriundos de demandas assinadas pelo vereador e encaminhadas aos governos responsáveis. “Temos que facilitar a vida dessas instituições. Vou destinar emenda parlamentar para beneficiar o instituto, que executa um trabalho de excelência, nas áreas social, de educação e de saúde. Há a necessidade de elaboração de políticas públicas com o objetivo de resolver os problemas apresentados pelas instituições da cidade. Depender de doações é muito difícil. Outro tópico importante, já que estamos no último mês para Declaração do Imposto de Renda, é a divulgação a respeito da possibilidade de aplicar parte do imposto devido em doações para organizações filantrópicas e outras iniciativas ligadas à responsabilidade social. Precisa haver mais conscientização”, pontou Almir.
Felício contou que o instituto possui convênio com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social – Seds, mas como ainda não foi concluída a burocracia do processo, a entidade está há quatro meses sem receber os repasses. “Estamos sem essa ajuda, que é importante para a entidade. Atualmente, o ICBC recebe R$ 30 mil referentes a recursos do SUS. Conseguimos dar um salto nesse repasse, feito pelo Sistema Único de Saúde, de R$ 7 mil para R$ 30 mil, conquistado depois de muito trabalho”, respondeu o presidente, depois de ser questionado sobre os valores pelo vereador Kaká Carneiro (PR).
Na oportunidade, Kaká reafirmou seu compromisso com o instituto. “Enquanto homem público estarei ajudando a instituição. Além disso, atendendo ao meu pedido, o deputado federal Aelton Freitas, através de emenda impositiva, reservou recurso da ordem de R$ 100 mil para a entidade”, contou.
Felício encerrou sua participação convidando todos os parlamentares a conhecerem os trabalhos realizados pelo Instituto dos Cegos do Brasil Central (ICBC). Participaram ainda dos pronunciamentos os vereadores Cleomar Marcos de Oliveira – Barbeirinho (PHS), Denise Max (PR) e Rubério dos Santos (MDB)
Jorn. Karla Ramos
Dep. Comunicação da CMU
09/04/2019